Este ataque centrado no Dnipro ocorre depois de, pelo menos, os EUA, Espanha, Itália, Grécia e Portugal terem fechado as suas embaixadas em Kiev na quarta-feira devido ao perigo de um ataque russo massivo contra o território ucraniano.
As forças russas lançaram, esta quinta-feira, um míssil balístico intercontinental – pela primeira vez desde o início da guerra -, um aerobalístico e sete mísseis de cruzeiro contra “fábricas e infraestruturas críticas” na cidade de Dnipro, no centro da Ucrânia, revelou a Força Aérea ucraniana.
As defesas ucranianas conseguiram abater seis dos sete mísseis de cruzeiro, mas não intercetaram o míssil aerobalístico (Kinzhal) nem o míssil balístico intercontinental, que são dois dos mais sofisticados do arsenal russo.
Segundo a Força Aérea ucraniana, os mísseis disparados não causaram danos “substanciais”, mas fez, pelo menos, dois feridos.
O míssil balístico intercontinental não transportava uma ogiva nuclear, disse à Agence France-Press (AFP) uma fonte da Força Aérea ucraniana.
Anteriormente, as autoridades da região de Dnipropetrovsk, da qual Dnipro é a capital, relataram um ataque massivo que acusou danos a “uma infraestrutura industrial” na cidade.
Este ataque centrado no Dnipro ocorre depois de, pelo menos, os EUA, Espanha, Itália, Grécia e Portugal Terem fechado as suas embaixadas em Kiev na quarta-feira devido ao perigo de um ataque russo massivo contra o território ucraniano.
Kremlin recusa comentar ataque
A presidência russa (Kremlin) recusou-se a comentar o lançamento do míssil intercontinental contra território ucraniano, mas reafirmou que tudo fará para evitar uma guerra nuclear.
“Sublinhámos que, de acordo com a nossa doutrina, a Rússia está a adotar uma postura responsável para fazer todos os esforços para não permitir que surja um conflito deste tipo”, afirmou Dmitri Peskov acrescentou esperar que “outros países” adotem a mesma “postura responsável”.
Quinze outras pessoas ficaram feridas noutro ataque em Kryvyï Rig, uma cidade a cerca de 100 quilómetros de Dnipro, de acordo com Serguiï Lyssak, informa a AFP.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.